Sempre acreditei que a transformação digital é um movimento global com foco na necessidade atual de preservar nossos recursos mais valiosos: A vida, o planeta e o dinheiro.

Agora com uma equipe mais enxuta, porém com as mesmas demandas, muitos líderes estão preocupados em como manter a produtividade. A resposta é simples: investimento em educação continuada. Note que não mencionei treinamento e sim educação.

Vamos combinar que para manter a produtividade das equipes será necessário inovação de processos, serviços e produtos, e que somente as pessoas que se sentirem capazes irão inovar, certo? Ninguém consegue inovar sob a pressão de perder o emprego! Ninguém consegue inovar sem uma orientação e isso é o que propõe um projeto de educação continuada, com acompanhamento mensal por especialistas que conduzem o gestor e sua equipe desde o diagnóstico, elaboração de projetos, implementação, indicadores. Se vamos exigir mais da equipe é preciso primeiro oferecer condições, espaço para estudar e especialistas para que possa ser orientado e aprender a fazer, afinal “ninguém dá o que não tem”.

Já imaginou aproveitarmos esse momento caótico para quebrar o algoritmo do desperdício? Sim, estamos condicionados a desperdiçar todos os recursos que nos cercam, tanto os tangíveis como os intangíveis. A educação continuada é uma forma sustentável de aumentar a produtividade e formar uma liderança seguindo o pensamento Mottainai, de origem budista, no qual devemos ter consciência sobre o que é desperdício e explorar melhor os recursos para eliminar os desperdícios, mantendo assim a produtividade para crescer de forma sustentável.

Uma pesquisa recente do MGI (Mckinsey Global Institute) fez estudos sobre os últimos 50 anos e previsões sobre os próximos 50 anos em relação à produtividade dos países. Observamos pela pesquisa que a produtividade do Brasil não cresceu em relação aos outros países. Podemos observar também que 50 anos atrás um americano produzia 50 unidades de um produto, enquanto um brasileiro produzia 10 unidades. 50 anos depois, atualmente, percebemos que o americano agora produz 100 unidades e o brasileiro 20. Ou seja, continuamos precisando de 5 brasileiros para produzir como um americano, enquanto na China conseguiu-se aumentar a produtividade em 20 vezes.

Eu vivi na pele esse estudo, pois quando fui trabalhar no Japão como “dekassegui” entendi como um japonês produz, e quando voltei ao Brasil senti a diferença na produção no Brasil.  Inclusive compreendi a gíria “tá suave” nas linhas de produção.

Com a crise muitas empresas tiveram que demitir e reduzir equipes e tenho me perguntado como é que estão as equipes depois dos cortes, e surpreendentemente as respostas que tenho é que as empresas tiveram que fazer algumas adequações mas estão dando conta do recado.

Ou seja, percebemos que conseguimos fazer igual, similar ou mais com menos pessoas.  Como isso é possível? Talvez, muitos dos colaboradores que foram cortados, não estavam fazendo tanta diferença na produção, mas pesavam igualmente na folha de pagamento engordando as despesas fixas.

Às vezes temos a ilusão de que para crescer, precisamos aumentar o número de funcionários, e agora percebemos que podemos crescer aumentando a produtividade e usando a tecnologia para reduzir desperdícios dos recursos naturais, poluindo menos, e melhorando a qualidade de vida. 

O Conceito do Mottainai é o caminho para trabalhar menos e ganhar mais, você pode comprar a ideia pronta e pagar fortunas para as consultorias ou pode alugar a Inteligência de especialistas que têm o desejo de compartilhar esse conhecimento e fazer junto, para que seja utilizado a inteligência coletiva para o mesmo objetivo. Essa alternativa é mais barata,e mais duradoura, pois forma a liderança além de ser mais sustentável.  

Talvez conscientizar as equipes e as empresas sobre o desperdício, e incentivá-las a eliminar excessos seja uma inteligente alternativa para superar a crise.

Por Tiemi Yamashita

Caçadora de desperdícios especialista em Mottainai. Estrategista social, referência em sustentabilidade corporativa. Cria projetos que mesclam responsabilidade socioambiental e desenvolvimento humano.
Coordenadora de projetos @ligadigital, Caia na Real entre outros.

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