(Queria deixar um parágrafo para vocês pensarem depois de ler o título do artigo desta semana).

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Pois é, assim como para muitas de vocês, este tem sido meu dilema atualmente. Acordo e durmo pensando nessa pergunta. E para ser sincera (e ansiosa), cada dia ela tem uma resposta diferente.

Já se passaram mais de 150 dias que estamos no isolamento social em função da pandemia do vírus Covid-19. Desde a segunda quinzena de março, um terço da população mundial que vive em regiões afetadas, adotaram alguma medida de distanciamento. Para alguns são menos dias do que isso, outros descontam os finais de semana da conta para o tempo em casa parecer menor e outros ainda, nem tiveram a oportunidade de ficar em casa, mas a pergunta que vale um milhão de dólares é: o que vai acontecer neste “famoso novo normal”?

Minha resposta de bate e pronto é com uma outra pergunta: “qual novo”? 

Usar máscara em locais públicos já deixou de ser novo. Higienizar bem as mãos e objetos que tocamos já faz parte da rotina também, evitar aglomerações idem (embora às vezes pareça que ainda não). Então eu refaço a minha pergunta: será que vai existir um novo?

Passamos a observar as cidades onde os indicadores de infectados e óbitos decorrentes do Covid-19 estão em queda para entender o que acontece “depois”. Percebemos que alguns hábitos adotados durante o isolamento permanecem e o principal deles é o home office. Boa parte das empresas, não só no Brasil, têm repensado sua maneira de como e onde trabalhar. Algumas delas já decidiram que não voltam para seus escritórios antes de 2021 e mesmo assim quando retornarem, adotarão o esquema de trabalhar parte da semana de casa como prioridade. Claramente um movimento que foi acelerado pela pandemia.

Falando sobre consumo, conforme as pesquisas já indicaram, o crescimento do e-commerce não foi uma onda que veio somente no período de isolamento. Com a reabertura do comércio, percebemos que não houve desaceleração nas vendas on-line. Muitos lojistas se viram “obrigados” a migrar para o comércio eletrônico no começo da pandemia se quisessem permanecer vendendo (e sobrevivendo). O comércio on-line impulsionou não só a digitalização de lojistas e clientes, mas fomentou o mercado de meios de pagamentos como um todo para auxiliar nessa migração de forma rápida e efetiva.

Abordando o tema comportamento, desde a segunda quinzena de março, a expressão “fim do isolamento social” cresceu semana a semana nas buscas do Google segundo o Trends, ferramenta que monitora as pesquisas na plataforma. Mas ainda assim não foi o recorde de pesquisas sobre o tema. O termo “saúde mental” bateu todos os indicadores e a curva de procura só tem aumentado conforme o tempo está passando. 

Há quem diga também que estamos passando por uma epidemia oculta durante a pandemia do Covid-19. Que a nossa saúde mental não é mais a mesma de quando tudo isso começou. E não precisa ser nenhum especialista no tema para afirmar que realmente não é mais a mesma. Temos dias e dias. Ansiedade, cansaço, mais ansiedade, stress, frustração, vontade de largar tudo, desespero e falta de credibilidade em nós mesmos. Somos colocados à prova a todo momento e inconscientemente nos cobramos muito, queremos ser os melhores profissionais, queremos ser os melhores professores das aulas on-line para nossos filhos, nos cobramos de fazer uma alimentação saudável, praticar exercícios, nos cobramos da organização e limpeza da casa, coisas que lá atrás acabavam passando desapercebido, afinal ficávamos o dia inteiro fora.

A pandemia nos trouxe muitas incertezas, mas mesmo diante delas provamos que somos altamente capazes de nos adaptarmos. Aprendemos rapidamente a nos relacionar virtualmente minimizando a distância que o isolamento provocou. Nos aproximamos das nossas famílias. Passamos a fazer parte da rotina dos nossos filhos, mesmo que estejamos no “limite” das aulas on-line (e não pense que a vida está fácil para os professores, não). Descobrimos talentos ocultos, afinal quantos de nós não descobriram algum talento culinário ou artístico?

A grande dúvida que nos cerca e às vezes nos amedronta é o quanto destes bons hábitos vamos cultivar quando este famoso “novo normal” acontecer?

Poderia terminar o artigo aqui. Respondendo à pergunta com uma relação de livros que já li sobre organização de tempo, adaptação diante de cenários de crise, organização de demandas, enfim, livros aliás, muito interessantes e que realmente recomendo (prometo compartilhar uma lista de livros que eu realmente achei interessante sobre os temas citados), mas vou contar de forma simples a minha receita de “sucesso” (e paz): 

  1. Respire.

Dez vezes. Bem fundo.

Está é a primeira coisa que eu posso pedir para vocês fazerem. Estamos nos reinventando, aprendendo, nos organizando de forma diferente de tudo que já vivemos até agora. Tem dias que vamos errar sim. Tem dias que não vamos ter tempo se quer para ir ao banheiro e é normal, aceite. Nem todos os dias são iguais. Lembre-se, estamos em constante adaptação. Então respirar faz parte do processo. Se você acredita ou não, a ciência explica: respirar ajuda a oxigenar o cérebro e nos faz ter clareza sobre as coisas. Entenda: respirar não resolve seus problemas sozinhos, mas te ajuda a pensar melhor.

  1. Planeje.

Qualquer coisa que a gente faça na vida, requer um planejamento prévio.

TUDO. Qualquer coisa. Da mais “boba” até um grande investimento financeiro.

Cozinhar por exemplo. Você está morrendo de vontade de comer um risoto maravilhoso. Se você não se planejar antes, checar se tem os ingredientes certos, ir ao mercado, vai chegar na hora do almoço e você vai “ficar a ver navios”, não terá risoto. O mesmo serve para fazer uma viagem, para comprar um imóvel, para sair do seu emprego atual. Claro, as últimas opções demandam de um maior planejamento financeiro que fazer um simples risoto. Planeje seu tempo. Planeje seus gastos. E consequentemente você vai ver que tem muita oportunidade de melhoria na sua vida pessoal e profissional.

  1. Tenha fé! (risos)

Calma, não estou pedindo para vocês se tornar religioso ou frequentador assíduo da igreja. Estou pedindo para você acreditar. Acredite que seus planos vão dar certo, dê o ponta a pé inicial, tire as ideias do papel, comece a guardar dinheiro para aquela viagem fantástica. Organize sua saúde financeira. Coloque seu planejamento em prática! Vai ter que voltar a trabalhar no escritório e vai perder aquele tempo que economizava sem pegar trânsito e por isso vai deixar de estudar inglês? Quantas pessoas acabam estudando inglês no trânsito ou estudam enquanto tomam o café da manhã?! Estabeleça prioridades. Ver TV ou estudar inglês? Dormir até tarde no sábado ou colocar o espanhol em dia? Você vai descobrir que é mais fácil do que imagina. 

Por isso que eu digo: respira, planeja e vai com tudo mulher!!! Você tem mais poder do que imagina! Estamos tendo uma chance de fazer diferente, principalmente nas nossas próprias vidas. O “novo normal” veio para nos mostrar isso. 

Termino hoje com uma frase bem clichê, aquelas que a gente vê todo dia num meme do Instagram ou Facebook, mas que cai como uma luva neste momento: “Quem quer arruma um jeito, quem não quer, arruma uma desculpa”.

E você, está arranjando um jeito ou uma desculpa?

Por Aline Toledo Costa

Experiência profissional de 13 anos no setor financeiro com foco em meios de pagamentos.

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