O quanto vale a Diversidade? Na campanha da Natura vimos que gerou muitos negócios.

Diversidade: substantivo feminino, qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado; variedade, conjunto variado; multiplicidade. Entre as diferentes espécies existentes a humana é uma das mais diversas, em todos os sentidos e é exatamente essas diferenças que nos fazem sermos únicos. Cada um de nós é um ser único e diverso. Somos únicos por sermos diversos e vice-versa.

A recente campanha de Dia dos Pais da Natura apresenta o Thammy Miranda como estrela da campanha gerou polêmica, mas também fizeram as ações da Natura decolar. Você pode ler mais aqui sobre isso. 

“Muita gente está atribuindo a alta de mercado a essa campanha, mas não podemos ser precipitados e atribuir somente a esse fato. O que temos de concreto é que as pessoas, em sua grande maioria, apoiaram nossa iniciativa, escolha, curadoria e o nosso posicionamento”, avalia Andrea Alvares, vice-presidente de marca, inovação, internacionalização e sustentabilidade da Natura.

Após se assumir lésbica em 2006, Thammy cortou seus então longos cabelos e passou a usar roupas masculinas. Em declaração, sua mãe afirmou que, desde pequeno, Thammy tinha preferências por roupas masculinas, detestava bonecas e saias. Sobre sua orientação sexual, Thammy afirmou: “Não é uma opção. Acho que quem é gay nasce assim, eu nasci assim. Somos criados aprendendo que o certo é menino com menina. É difícil mudar isso.”.

No fim de 2014, Thammy assumiu sua real identidade de gênero: É, na verdade, um homem transexual. Neste mesmo ano começou a fazer terapia hormonal para realizar a transição de gênero, para obter uma aparência masculina.

Com a repercussão, Thammy respondeu os ataques com muita firmeza mostrando a importância de uma paternidade presente. “Pai é quem não abandona”, disse o filho de Gretchen. Já a Natura colheu os frutos como empresa ao se posicionar com relação à  diversidade. 

Provavelmente, e aqui é uma leitura muito particular, Thammy saiu dessa mais amado. Ele representou às mães solos, os pais LGBTQIA+ e todas as famílias fora do “padrão comum” (bem entre aspas), com tanto amor que trouxe impacto a esse dia dos pais tão confuso em meio à pandemia: o carinho de ver a dada como especial, não importa qual a sua formação familiar. 

Então vem as reflexões! Se resultados efetivos de aumento de ações aconteceram ao acalentar os corações perturbados com os preconceitos, porque ainda se assola de forma importante as polarizações e os discursos de ódios contra determinados “grupos sociais”? 

A resposta é simples: Cultura. É uma questão estrutural, difícil de ser trabalhada. E, mesmo que todos estejam cansados de falar, ouvir e debater sobre isso, questionar a cultura arraigada e educar é a única saída. Afinal só a educação pode curar! 

A campanha gerou polêmica em todo o Brasil e tivemos uma integrante do MNE que questionou a campanha com comentários, então, a nossa fundadora Carol Moreno se posicionou à respeito:

“Vivemos em um mundo de extremos, tudo ou é político, ou é desrespeitoso. Realmente nunca iremos acertar 100%. Mas uma coisa é certa, o MNE não compactua com nenhum tipo de preconceito ou desrespeito. Respeito é respeito e é uma via de mão dupla. Afinal somos um movimento social. E se estamos aqui porque há anos as mulheres também eram e ainda são desmoralizadas. Por conta disso, temos tantos problemas sociais, que nós temos que nem precisamos falar aqui, ainda mais no mundo corporativo que quanto mais se sobe de cargo, mais minoria nos tornarmos… Então, me pergunto, por que iríamos desclassificar outra minoria? Eu seria “o poste mijando no cachorro”, concorda? Nós tentamos ser o mais humanas possíveis, pois, não dá pra viver com o preconceito dentro do preconceito. Não faz sentido. Então sempre iremos apoiar sim, todas as minorias da sociedade, visto que fazemos parte desse lado. Sempre vamos defender o LGBTQIA+. Sempre vamos defender a mulher preta, a mulher gorda, a mulher lésbica, a mulher trans, a mulher branca, a mulher Índia, a mulher pcd, a mulher 50+ . Todas as classes, e também não só mulheres, mas as minorias SEMPRE! Isso é INCLUSÃO e está dentro do propósito do Mulheres no E-commerce. Esse é o nosso posicionamento. E respeito não entrar em assunto polêmico, mas não iremos não nos posicionar e ser omissas a preconceitos sendo que aqui diariamente nós tentamos combater um … O machismo “.

Ou seja, entendemos que há muito ainda que evoluir, se mesmo dentro de um grupo que buscamos ser inclusivas, ainda há atitudes excludentes, só podemos crer o quão longe estamos de vencer. Então, o que nos resta é debater mais e mais os porquês.

Por Mieko Miyai

Mais de 10 anos de experiência em e-commerce, sendo eles todos vivenciados em e-commerces de nicho. Adquiriu na sua jornada grande conhecimento sobre acessibilidade. É Editora do Blog do Mulheres No E-commerce e Embaixadora do Comitê de Líderes de E-commerce de São Paulo.

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E por Joana D’arc Souza (colaboração)

Joana D’arc Souza é  CEO da Organize-se: escola de produtividade para mulheres empreendedoras, criadora do Método Produtividade Pessoal Integral, acredita que a Organização acontece de dentro para fora! Tem experiência teórica e prática como mentora e mãe de três.

@aorganizese

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